terça-feira, 22 de novembro de 2016

JOÃOZINHO E ROSINHA - O PAÍS É UMA ROSEIRA - NOVEMBRO AZUL - EM CORDEL




















JOÃOZINHO E ROSINHA

E O PAI SEM CORAÇÃO

José Edimar

 

Desgraça sempre acontece

Onde impera a traição,

Ódio, inveja e ganância

Falsidade e ambição,

A sorte só vem mesquinha

Foi pra Joãozinho e Rosinha

Por um pai sem coração.

 

No Rio Grande do Norte

Naquele tempo passado;

Morava um velho viúvo

Trabalhador do roçado,

Embora lutasse tanto

Não se imaginava o quanto

Vivia necessitado.

 

Era pai de dois rapazes

De Joãozinho e de Zezinho,

Depois que ficou viúvo

Dos filhos cuidou sozinho,

Como pai muito amoroso

Sendo bastante zeloso

Dando-lhes muito carinho.

              01

Na dura luta diária

No roçado trabalhava,

Tendo pouco rendimento

Sem melhorar quase nada,

Num imenso padecer

Que às vezes para comer

O lucro deles não dava.

 

Quanto mais passava tempo

Mais aumentava a piora,

Pois somente a esperança

Que não deixava uma hora,

Na triste situação

Sendo uma espera em vão

Nunca havia uma melhora.

 

Daquela vida cansado

E pensando em melhorar,

Joãozinho o filho mais velho

Pediu ao pai pra casar,

Seu pai lhe deu permissão

Tinha ele no coração

Uma moça do lugar.

 

Onde Joãozinho morava

Era bem conceituado,

Apesar da sua pobreza

Nunca lhe faltou agrado,

Das moças da vizinhança

Com ele tinham esperança

De um futuro afortunado.

            02

A jovem de quem gostava

Era uma linda mocinha,

Filha de família pobre

Que da sua era vizinha;

Divina e maravilhosa

Foi batizada por Rosa

Mas, lhe chamavam Rosinha.

 

Rosinha era moça bela

Alegre e muito sincera,

Sendo fruto dos valores

Da educação que tivera,

Não havendo na sua classe

Quem da jovem não gostasse

Por tudo quanto ela era.

 

Ela já alimentava

Amizade por Joãozinho,

Sempre dedicou pra ele

Amor sincero e carinho,

Foi daquele sentimento

Que se deu o casamento

Com amor ao novo ninho.

 

Depois do seu matrimônio

Joãozinho foi trabalhar,

Comprando gado e vendendo

Dentro e fora do lugar,

Melhorou de condição

Até o pai e o irmão

Começou a sustentar.

               03

Comprando gado de fora

Trazendo para cidade,

O negócio foi crescendo

Com muita facilidade;

Seu capital aumentando

Em pouco tempo alcançando

A maior prosperidade.

 

Comprou uma casa grande

Para os parentes morar,

Pra seu pai e pra Zezinho

Sem ninguém se preocupar,

Porque nada ali faltava;

E tudo que precisava

Ele mandava comprar.

 

Rosinha muito feliz

Ao lado do seu amado,

Vida de menina pobre

Já ficara no passado,

Era uma esposa decente

Querida por toda gente

Ali no seu povoado.

 

Três anos de casamento

Folga quase ele não tinha,

A esposa ficou grávida

Teve uma linda filhinha,

Aumentando o sentimento

Com grande contentamento

Para Joãozinho e Rosinha.

               04    

Ele conservava um hábito;

Toda vez que viajava,

Na saída ou na chegada

Na casa do pai passava,

Para falar de Rosinha

E da querida filhinha

Que ao pai recomendava.

 

Sem saber do sentimento

Que no seu pai existia

– Um grande peso na alma -

Mas Joãozinho não sabia;

Muita inveja e ambição

Transbordando o coração

Onde o mal prevalecia.

 

Era uma carga pesada

Que ninguém imaginava;

O coração do seu pai

Toda inveja carregava,

Tudo aparentava bem

- Filho bom, virtude tem -

Do pai não desconfiava.

 

Vendo o dinheiro do filho

A maldade floresceu,

Trabalhou tanto na vida

Lutou e nunca venceu,

Ficou de alma pesada

Com a mente perturbada

Do mal, espírito encheu.

                05        

Falando ao filho Zezinho

O seu tom era zangado,

Dizendo: não quero mais

Viver aqui humilhado,

Joãozinho só dar migalha

Todo tempo ele trabalha

Ganha dinheiro avultado.

 

Zezinho disse: Papai,

Não fale assim, por favor!

Joãozinho tem sido bom

Comigo e com o senhor,

Quem lhe ouvir falar assim

Pensará que ele é ruim

Um filho sem ter valor.

 

E depois da discussão

O velho ficou calado;

Não falou mais com o filho

Parecia conformado,

Zezinho achou uma afronta

Porém não levou em conta

O que o pai tinha falado.

 

Quando Joãozinho voltava

Das viagens que fazia

Como sempre para todos

Manifestava alegria.

Amava muito seu pai.

Murmurava: agora vai

Do jeito que pai queria.

            06

Os negócios dando certo

 - Ele estava satisfeito -

Abraçava seu pai dizendo:

- Tudo faço a seu respeito,

Vai trabalhar e ter valor

Para ajudar o senhor

Vivo alegre desse jeito.

 

Ele sabendo que o pai

Desejava trabalhar,

Pensava então num açougue

Que pretendia montar;

Com seu pai ficava sócio

Desse promissor negócio

Onde os dois iam lucrar.

 

Assim que o filho saiu

O pai falou pra Zezinho:

- Acho bom que você saiba

Pretendo roubar Joãozinho!

Dinheiro tem a vontade

Depois vem com falsidade

Se fazendo de bonzinho!

 

Zezinho perdeu a voz

Só de ouvir o pai falando,

Pois roubar o próprio filho

Que sempre estava ajudando,

Lembrou a necessidade

- Na pobreza de verdade -

Cresceu sem viver roubando.

                 07              

O velho muito invejoso

Então começou pensar;

Na fortuna de Joãozinho

Numa forma pra roubar,

Para Zezinho ordenou

Assim não lhe convidou

Pois não iria aceitar.

 

Com esse mau pensamento

Que ele trazia escondido,

Mantendo dentro guardado

Fingiu-se entristecido,

Pensou quando viajasse

Antes que ele voltasse

Já teria acontecido.

 

Zezinho tinha lhe dito

Que jamais aceitaria,

Ir roubar o seu irmão

Naquilo nem pensaria,

Que maldade sem tamanho,

Não se faz nem com estranho

Que é imensa a covardia.

 

Rosinha naquela noite

Dormindo ela sonhava,

Que dois ladrões mascarados

Na porta dela chegava,

- Dois monstros sem confiança -

Matavam ela e a criança

Muito aflita ela acordava.

               08

De manhã ela contou

O sonho para o marido,

Contando o sonho ela estava

Com semblante entristecido,

Ele ouvindo-a com carinho

Lhe disse: sonhar benzinho

É ilusão do sentido.

 

Na noite daquele dia

Joãozinho ia viajar,

Ela falou que no sonho

Não parava de pensar,

Que não fosse desse um jeito;

Mas tendo negócio feito

Disse: não posso ficar.

 

Ele confortou-a dizendo:

– Tenha fé e confiança,

Preciso dessa viagem

Não posso fazer mudança,

Para lhe dar guarnição,

Vem meu pai e meu irmão

Fazer toda segurança.

 

A segurança é por conta

Do meu pai e meu irmão,

E sendo um pedido meu

Com certeza atenderão,

Enquanto eu estiver fora

Sem descuidar uma hora

Lhe dando toda atenção.

               09

Ela ainda argumentou

Que seu marido ficasse,

Isso não era por que

Em seu pai não confiasse,

Do sonho estava abalada

Só ficava sossegada

Se ele não viajasse.

 

Ele não pode atender

Aos apelos da amada,

Preparou-se pra viagem

De doze pra madrugada,

Na casa do pai passou

E com ele conversou

Pra poder pegar jornada.

 

Na conversa com o pai

Joãozinho também contou,

Sobre o sonho de Rosinha

Seu pai se prontificou,

Dando toda garantia

Que a segurança faria

Com isso ele confiou.

 

Na hora que ele saiu

O velho pai sem demora,

Acordou também Zezinho

Com uma surra nessa hora;

Uma máscara nele botou

Outra no rosto amarrou

E saíram porta afora.

               10

O velho muito apressado

– Zezinho lhe acompanhando -

Pedindo perdão a Deus

Da sorte se lamentando,

Na mais difícil missão

Com aperto no coração

Seu rosto o pranto banhando.

 

Apenas dezesseis anos

Considerado um menino,

Governado pelo o pai

Que tinha gênio assassino,

Por força lhe acompanhava

Pois ainda não mandava

Direito no seu destino.

 

Na decisão de Joãozinho

Sentiu Rosinha abandono,

Igualmente um cão perdido

Dentro do mato sem dono,

Com a filhinha ao seu lado

Embora com muito enfado

Nunca pegava no sono.

 

Ela pensava no sonho

Quando ouviu uma pancada,

Alguém batendo na porta

Igual na noite passada,

Ela aguçou os ouvidos

Percebeu fortes ruídos

Da porta sendo quebrada.

               11

Terminando a zoada

Ela notou que entraram,

Estavam dentro da casa

Em todo canto pisaram,

Quando viu que ia morrer

Pediu pra Deus socorrer

Nisso os bandidos chegaram.

 

Rosinha abraçou a filha

Quando um se aproximou;

Pegou com força a criança

Dos braços dela arrancou,

Subiu ela com um braço,

Puxou um punhal de aço

Rosinha ali desmaiou.

 

Ele apunhalou Rosinha

Porque estava irritado,

Por não encontrar dinheiro

Depois de haver revirado,

A casa, e sem esperança

Jogou pra cima a criança

Deixando o punhal cravado.

 

Joga a criança na sala

Sem desistir da jornada,

Revirando a casa inteira

Mas não encontrando nada

Mexeu tanto que cansou

Sem ter dinheiro ficou

Igual a fera assanhada.

                12

Correndo atrás do dinheiro

Não viram o tempo passado,

Não acharam nada em casa

Que estava depositado,

Procurando insistiram

Só pararam quando viram

Que alguém tinha chegado.

 

Joãozinho seguiu viagem

Já estava bem distante,

Pensava muito em Rosinha

Aconteceu naquele instante

Seu cavalo refugar

Cavar o chão relinchar

E não dar um passo adiante.

 

Apertou nele as esporas

– Ele não lhe obedeceu -

Puxado pelo o cabresto

Foi inútil o esforço seu,

Quando resolveu voltar

Viu o seu cavalo andar

Como nunca aconteceu.

 

Sem chicote e sem esporas

Na carreira disparada,

Quando chegaram em casa

Era três da madrugada,

Vendo a casa toda acesa

Ele exclamou com surpresa

Rosinha ainda acordada!

               13  

Vendo seu portão quebrado

Dois vultos sair correndo,

Sacando do seu revólver

Quando iam se escondendo,

Fez a arma detonar

Conseguindo acertar

Quase nada entendendo.

 

Entrou ligeiro na casa

Sua mulher foi procurar,

Passando a primeira sala

Seu calçado quis pregar,

Onde a criança se achava

No sangue dela marcava

O seu rastro no lugar.

 

Seguiu direto pro quarto

Viu a porta escancarada,

O quarto desarrumado

A porta também quebrada,

Começou queimar na alma

Não pode manter a calma

Viu Rosinha ensanguentada.

 

Agiu igualmente um louco

Com a alma muito ferida,

Por causa do seu trabalho

Sua mulher perdeu a vida,

Seu coração foi quebrado

Porque não tinha ficado

Com a filhinha querida?

              14

Sentindo-se amargurado

No desespero chorou,

Novamente veio pra sala

O seu rastro observou,

Com sangue o rastro marcado

O punhal do pai cravado

Na filhinha ele encontrou.

 

Foi ao terreiro sentindo

Muita dor no coração,

Olhando aqueles bandidos

Inda caídos ao chão,

Cada máscara retirando

Na hora já foi notando

Ser seu pai e seu irmão.

 

Chorou porque os bandidos

Que ali havia matado,

Era o pai e o irmão dele

Pra quem tinha confiado,

Os cuidados de Rosinha

Mataram ela e a filhinha

Pelo gênio desgraçado!

 

Ficou muito atordoado

Depois daquele ocorrido,

Quase perdeu o controle

Vendo seu mundo perdido,

Sentindo-se um bagaço

Toda vida nesse espaço

Tinha desaparecido.

             15

Joãozinho foi à polícia

Contou o que aconteceu,

Entregou-se à prisão

Delegado não prendeu,

Sem sua esposa e sem filha

Procurou logo outra trilha

Dali desapareceu.

 

Saiu montado a cavalo

Daquela delegacia,

Lamentando a triste sorte

Sendo aquele o pior dia,

Pegou um novo caminho

Destinou-se andar sozinho

Só tristeza em companhia.

 

Quando era menino pobre

Que sofreu necessidade,

Não pensava que riqueza

Trouxesse infelicidade,

Que inveja e ambição

Fosse encher o coração

Do pai com pura maldade.

 

Ninguém ouviu mais falar

Qual foi sua trajetória,

Mamãe contava pra gente

Guardei tudo na memória,

Disse ela, que um violeiro;

Cantando com o companheiro

Divulgava a triste história. FIM

                 16

 

 























O PAÍS É UMA ROSEIRA
Autor: Antônio Marinho

O País é uma roseira,
A pobreza é a raiz;
No trabalho é a primeira
Na sorte a mais infeliz...
A haste, a escadaria
Por onde a aristocracia
Sobe os degraus a vontade;
Deputados, senadores,
Desta roseira são flores
Sem responsabilidade

A raiz desta roseira
Está no estrume enterrada;
Ali passa a vida inteira
Do mundo não goza nada;
As rosas estão em cima,
Arejadas pelo clima,
Cada qual quer ser mais bela
Mais garbosa, mais feliz,
Esquecidas da raiz
Que vivem à custa dela

Espinhos por guarnição
Ainda a roseira tem;
Eis os soldados que são
Guardas dos grandes também;
Negam ao pobre o que é propício,
Sujeito ao sacrifício,
Cumpridor do seu dever
Mas, por não ter ideal,
Termina no lamaçal
Uma vida sem viver...

Em seu silêncio profundo,
O pobre é quem está de pé;
Passando a vida no mundo
Sem saber o mundo onde é.
Lá solitário, sozinho,
Foi a base do caminho
Por onde o grande passou,
Esquecido, em bom lugar,
Em cima, sem perguntar
Quem para ali o levou.

Os votos da populaça,
O candidato a rogar...
A rosa esmola, por graça,
Água para não murchar;
Porém depois de votados
São para cima levados,
Ali ficam como quem
Subiu passo a passo, a esmo,
Conduzidos por si mesmo
Não devem nada a ninguém.

Proprietários da sede
Os grandes quando não são,
Estão como a rosa que pede
Água pra vegetação;
Depois de bem irrigada,
De flores bem enfeitada,
Deu-lhe o inverno a ação;
Adorna num apogeu,
Esquece de quem lhe deu,
Água quando era verão.



Antônio Marinho "Águia do Sertão"


Poeta popular, repentista, Antônio Marinho do Nascimento nasceu a 05 de abril de 1887, no município de São José do Egito, sertão de Pernambuco, e morreu na mesma cidade, a 29 de setembro de 1940. Permaneceu praticamente toda a vida com residência fixa em sua terra natal, mas viajou o Nordeste inteiro fazendo cantorias.
A maioria dos seus versos não foram registrados, ficaram na memória do povo. Tinha como características principais as respostas cômicas a seus contedores e espantosa rapidez no improviso. No final da década de 1930, ao retornar de uma viagem, participa de uma cantoria com um antigo parceiro e este indaga como fora a andança.













HERCÍLIO PINHEIRO(Francisco Hercílio Pinheiro de Oliveira) – Nasceu em Alexandria-RN, 18-11-1918 – Faleceu em Tabuleiro do Norte – CE, 09-04-1958, morreu faltando alguns meses para completar 40 anos, mas deixou um respeitável nome na história da cantoria nordestina. Boa voz, dom de repentista, estudioso, carismático, impressionou fortemente a quantos o ouviram e com ele cantaram. Dizem que o velho Pinto do Monteiro foi ao Ceará somente para cantar com ele, e, não o encontrando por lá, disse:
“Eu subi ao Ceará,
que chamam terra da luz,
mas não cantar com Hercílio
é cravar-me numa cruz,
é como subir ao céu
e não falar com Jesus!”

Conta-se que, na cantoria em que os dois geniais repentistas realmente se encontraram, Hercílio brindou o mestre Pinto com esta magistral sextilha:
“Canta, Severino Pinto,
massa dos quatro elementos,
catadupa do improviso,
montanha de pensamentos,
grandeza de céus e mares,
força da rosa-dos-ventos!”

Numa cantoria, quando o assunto girava em torno da fé em Deus, Hercílio, reconhecendo que sem Ele nada somos, improvisou:
“Eu fui, eu sou e serei…
São três coisas de mister.
Se eu fui foi porque Deus quis,
se eu sou é porque Deus quer,
e para o tempo futuro
eu serei, se Deus quiser.”
Hercílio cantava numa casa sertaneja quando o companheiro chamou sua atenção para uma lagartixa que caía do teto:
“Caiu um bicho nojento,
feio e sujo sem parelha!”
Hercílio resumiu com arte e graça:
“Caiu um bicho da telha,
parece uma lagartixa:
é carne que não se come,
é couro que não se espicha.
Eu peço ao dono da casa:
pegue um pau, mate essa bicha!”
Hercílio cantava com Dimas Batista em mútuos elogios. Dimas findou assim uma sextilha:
“Não vejo quem pague os versos
do grande Hercílio Pinheiro.”
Hercílio, inspirado e elegante, respondeu:
“Enfrentar meu companheiro,
cantando, ninguém se atreve.
No momento em que ele canta
Parece que Deus escreve
Com tinta da cor do céu,
Em papel feito de neve
Numa cantoria em que os repentistas falavam da Escritura Sagrada, Hercílio improvisou:
“Na Escritura Sagrada,
me lembro que Jesus disse:
“Quem tivesse pra dar, desse,
quem não tivesse, pedisse;
quem fosse triste chorasse,
quem fosse alegre sorrisse.”
Dimas Batista, em dura peleja com Hercílio, assanhou a fera:
O que eu fizer num minuto
Você num ano não faz.
Hercílio foi fulminante na reprimenda:
Você tem razão demais,
Porque nasceu desumano,
Mesmo este é o costume
Do povo pernambucano:
Fala a verdade um minuto
E mente o resto do ano.


Sextilha de: Daniel Dias Madeira
Homenageando Severino Ferreira

Vou fazer aqui meu verso
Dedicando a minha meta
Que Deus abra minha mente
Para seguir nesta reta
Pois não quero dar vexame
Na homenagem ao poeta
Na berlinda o poeta
Que começo a falar
Severino era seu nome
Que agora vou honrar
Ferreira sua família
Prole em terra potiguar
Apelido o Sabiá
Do Rio Grande do Norte
Com a viola na mão
E seu verso muito forte
Decidiu ser cantador
Esta foi a sua sorte
Seguiu assim o seu norte
Pra cantar foi viajante
Quem cantava ao seu lado
Via um verso imperante
Um verso que não se paga
Só vindo de um gigante
Sabiá que foi errante
Sem a rota definida
Ia de cima abaixo
Labutando em sua vida
Para ganhar o sustento
E pôr na mesa a comida
Nesta luta pela vida
Caráter foi seu enredo
Humildade a toda prova
Nunca conheceu o medo
De enfrentar a cantoria
Começou cantar foi cedo
Na estrada desde cedo
Dezesseis sua idade
Abraçou-se com a viola
Viveu sua mocidade
Cantando verso em rima
Esta foi sua verdade
De cidade em cidade
Levava sua viola
Era semi analfabeto
Cantoria foi sua escola
Mas para um homem de fé
Deus lhe basta e é sua mola
Deus bastou e foi sua mola
O poeta foi em frente
Cantou a vida no sertão
E sua sofrida gente
Cantou o amor e a morte
Nas linhas de seu repente
Com seu verso renitente
Perspicaz e bem dotado
Era muito aplaudido
Pelo público muito amado
Quem ouvia Severino
Saía bem saciado
E assim foi devotado
Severino à profissão
Fez da vida uma arte
Fez da arte o seu chão
Fez do chão sua viola
E da viola o seu pão
Severino com razão
É tido como um pilar
Dentre poucos à sua altura
Que souberam versejar
Que fale outro poeta
Que ao seu lado pôde cantar
Mas a vida vai passar
E o Céu é o destino
Seja pobre , seja rico
Seja gordo , seja fino
Seja até mesmo um poeta
Que de nome é Severino
*danieldias

Meus Olhos Falam Por Mim
De: Edmilson Ferreira e Nonato Costa

És a minha leal companheira
Porque sabes me compreender
Entre todas tu foste a primeira
És a última que quero perder
Foste a minha melhor professora
Promotora da minha razão
Assistente de cargos omissos
Secretária dos meus compromissos
Empresária do meu coração...

Comparando às mulheres que vejo
Tu tens semelhança qualquer
Na pureza contida no beijo
No caráter que tens de mulher
Ao dormir nos teus braços com calma
Minha alma desprende-se ao léu
E o autor de quem tanto confio
Fez teu corpo com curvas de rio
Nos teus olhos pôs tinta do céu...

Respeitar-me se for teu propósito
Saberei te dar muito valor
Fiz do peito um eterno depósito
Pra guardar nossas frases de amor
Eliminas a minha carência
Na ardência do teu corpo grácil
Jamais nosso real será lenda
Que por mais que o destino pretenda
Destruir nosso amor não é fácil...

Como é bom quando estamos a sós
Sem desvelo da vista alguém
Nosso amor terá fim porque nós
Não seremos eternos também
Por amor teu amor já é meu
E eu sou teu se me queres assim
Se disser que te amo não minto
Nem preciso dizer-te o que sinto
Que meus olhos te dizem por mim...

























Chegou o Novembro azul
Veio com força absoluta
É contra o câncer da próstata
E feliz é quem escuta
Conscientizar, prevenir
Se a gente decidir
Já vencemos essa luta.

Se o novembro é azul
Pode ser mais colorido,
Um alerta na saúde
Para quem é prevenido,
E não precisa ter medo
O perigo não é o dedo
É o mal ser escondido.

Fale com Doutor Danísio
Experiente e popular,
Com toda descontração
Disposto a lhe ajudar
Ele abraçou a campanha
Esqueça logo sua manha
Peça pra lhe examinar.

Muitos homens não procuram
Consulta no hospital,
Preferem fazer gracejos
Quando se fala do mal,
Levando em tom de piadas
Dando tantas gargalhadas
Lembrando o toque retal.
                
Vamos mudar de postura
Sem brincadeira ou mistério
Falar do que interessa
Está ao nosso critério
Pra tomar à decisão
E fazer a prevenção
Porque o negócio é sério.

Falando na prevenção
Que é uma necessidade
O cuidado aumenta mais
Quando aumenta a idade
Quanto mais envelhecer
Pra doença aparecer
Aumenta à possibilidade.

O sintoma prevalente
É bem fácil de notar
Perda de força no jato
Na hora de urinar
E a frequência também
Fica aquele vai e vem
Que chega a incomodar.


A próstata deve ter
Um cuidado especial
O exame (PSA)
E o de toque retal
Cumprindo com o dever
O homem deve fazer
Pelo menos anual,
.              
Uma próstata sadia
Depende da prevenção,
A prática de exercícios,
A boa alimentação,
Sem excesso de gorduras
Comer frutas e verduras   
E eu vou dizer quais são.
.
O mamão e a melancia
São de grande utilidade,
Os derivados da soja
Em pequena quantidade,
Muitos outros fazem bem
Brócolis e cenoura também
Pode comer à vontade.

O leite também é bom
Para ao câncer evitar,
Meio litro todo dia
O homem deve tomar,
Faz bem e não e ruim
É difícil agindo assim
Da doença se alojar.

Mas além dos alimentos
Que o homem deve comer
É bom não se descuidar
Dos seus exames fazer,
Porque a manutenção
Disso tudo é prevenção
Para nunca adoecer.
             
Essa é a primeira parte
Que é para prevenir
Feito toda prevenção
E se o mal persistir
Aí chegou o momento
De arrochar o tratamento
Nunca pode é desistir.

Falar de hiperplasia
Próstata com crescimento
Só o médico é quem decide
Qual é o medicamento
Depois que ele examinar
É que pode indicar
A forma de tratamento.

Sendo benigno ou maligno
A biópsia dá a margem
Do volume da doença
Quem sofre tem desvantagem
Se ele se convencer
Em lutar para vencer
Basta só fé e coragem.

O tumor sendo benigno
Vem um pouco de alegria
Porque o seu tratamento
É somente a cirurgia
Maligno precisa alento
Cirurgia e sofrimento
Pela quimioterapia.

Ela se faz necessário
Para poder combater
Matando células doentes
Para o mal não crescer
Com um médico acompanhando
Ele sempre ajudando
O paciente a vencer.

Nesse estado o paciente
Precisa do hospital
Para o acompanhamento
Dum médico especial
Pois ele é que vai saber
Se o composto vai ser
Injetado, ou oral.

Nós cuidamos no momento
Primeiro da prevenção
Que é o melhor remédio
Quem se cuida tem razão
Da sorte não se maldiz
Vai sempre viver feliz
Ser exemplo pra nação.

Doutor Danísio que tem
Experiência e talento
Abraçou essa campanha,
Aproveite esse momento
Vá lá, faça seu exame
Não passe nenhum vexame
Nem pense em constrangimento.
              FIM