HISTÓRIA DE INÁCIO E ARQUILENES
OU O DRAGÃO ENCANTADO
José
Edimar
O Cristianismo
é a força
Da
grande “RELIGIÃO”,
Sai do coração de Deus
Vem trazendo a redenção,
Religando
novamente
Para
a grande comunhão.
Naquele
tempo na Síria
Na
Cidade Antioquia,
Por
lá o cristianismo
Com
força prevalecia,
E o batismo
das crianças
Naquela
Igreja existia.
Moravam
lá dois amigos
Naquela
bela cidade,
Conhecidos
de criança
Como
amigos de verdade
Desejando
no futuro
Estreitarem
a amizade
01
Um
se chamava Quirino
E o
outro era Agostinho,
Diziam
quando se casassem
Logo
o primeiro filhinho,
Que de
cada um nascesse
Seria
o outro o padrinho.
Combinaram
entre si
Como
se tivesse escrito,
Pois
um dia precisavam
Cumprir
o que haviam dito,
Acorreu
num mesmo dia
Esse
momento bendito.
Quando
completou dois anos
Ambos
morando pertinho,
Uma
delas ficou grávida
A
esposa de Agostinho,
E
Quirino e a esposa
Apadrinharam
o garotinho.
Foi
com um ano de nascido
Que
a criança batizaram,
Quirino
com sua esposa
Fizeram
o que desejaram,
Deram
o nome de Inácio
E
satisfeitos ficaram.
02
Passaram-se
quatro anos
Sem
que nada acontecesse,
O
tempo não permitiu
Que
a esposa concebesse,
Um
filho para Quirino
Que
seu amor aquecesse.
Como
um filho não nasceu
Eles
então decidiram,
Sair
dali em viagem
Do
casal se despediram,
Indo
pra Mesopotâmia
Foi
o rumo que seguiram.
Chegando
à Mesopotâmia
A
cidade era Assur,
Era
o seu governador
Conhecido
como Artur,
Mas sendo
um jovem caldeu
Que
tinha vindo de Ur.
Daquele
governador
Tiveram
a informação,
Que o
reino estava encantado
Sendo
a ordem do dragão,
Vivendo
aquele país
Na
maior humilhação.
03
Já
fazia muito tempo
Que
o reino estava encantado,
A
causa disso era um príncipe
Da
princesa o namorado,
Transformado
num dragão
Depois
de ser rejeitado.
Esse
príncipe era herdeiro
Dum
reino muito distante,
Mas
zangado deixou tudo
Para
outro governante,
Fingiu-se
amigo do rei
Daquela
hora em diante.
Mas amigo
foi dum bruxo
Que
era um feiticeiro horrível,
Dominador
de encantos
Dono
duma ação incrível,
Nunca
errava o que fazia
Na
magia era invencível.
O
rei da Mesopotâmia
Tinha
sido soberano,
Com
poder absoluto
Mas
cometera o engano,
Confiar
naquele príncipe
Que
era o dragão tirano.
04
Arquimedes
esse rei
Pai
duma linda princesa,
Que
agora pouco falamos
Dona
da grande beleza,
Com
o nome de Arquilenes
Puro
dom da natureza.
Por
causa dela o tal príncipe
Para
o rei sempre mentiu,
Prometendo
trazer ouro
Isso
nunca garantiu,
Somente
a inimizade
Foi
tudo que conseguiu.
A
princesa nunca quis
Casar
com tal insolente,
O bruxo
o transformou
Num
dragão feio e valente,
Pra
tomar conta do reino
Vigiando
atentamente.
Antes
de encantar o reino
Falou
sobre as pretensões,
De casar
com a princesa
Impondo
suas condições,
Caso
o rei não aceitasse
Lhe
daria três missões.
05
Mas
nenhuma condição
Deu
para o rei aceitar,
O
príncipe como dragão
Decidiu
ao rei matar,
E lá
na sala do trono
Resolveu-lhe
enterrar.
Vamos
deixar as missões
Também
o reino encantado,
Voltemos
para Inácio
A
criança do passado,
Afilhado
sem padrinho
Vivendo
angustiado.
Morava
com nove irmãos
Que
todos eram contentes,
Porque
viviam ganhando
Dos seus
padrinhos presentes,
Só Inácio
não ganhava
Nem
mesmo dos seus parentes.
Um
dia ele perguntou
Pra
sua mãe com carinho:
– Mamãe
por favor me diga
Dos filhos
de Agostinho,
Existe
somente Inácio
Que
não tem o seu padrinho?
06
Sua
mãe lhe respondeu:
–
Meu filho não é verdade,
Seus
padrinhos viajaram
Você
tinha pouca idade,
Como
não voltaram mais
Nós ficamos com a saudade.
Inácio
falou pra mãe:
–
Pois desejo viajar,
Sair
pelo mundo a fora
Meus
padrinhos procurar,
E só
voltarei aqui
No
dia que eu encontrar.
Arrumou
o que queria
E em
viagem partiu,
Direto
a Mesopotâmia
Destinado
ele seguiu,
Chegou
na mesma cidade
Que
lá atrás já se viu.
A
cidade era Assur
A
que também aportou,
Por
pura coincidência
Com
um rapaz se encontrou
E para
o seu próprio azar
Dele
se acompanhou.
07
Esse
companheiro seu
Era
muito traiçoeiro,
Trazendo
na aparência
Um comportamento
ordeiro,
Mas
era aproveitador
De
todo filho estrangeiro.
Chamava-se
Cipriano
Cheio
de má intenção,
Mas
vamos deixar Inácio
Pra
cuidar doutra questão,
Que
são as missões deixadas
Pelo
o temido dragão.
O
desejo desse monstro
Era
forma de esperteza
Queria
matar o povo
Mas
prometia riqueza
Vencendo
tinha a coroa
E
casava com a princesa.
Das
três missões não havia
Ninguém
que realizasse,
As
piores condições
Não
tinham quem aguentasse,
Realizar
uma delas
Se
por acaso tentasse.
08
Na
primeira era ser preso
Trancado
num alçapão,
Com vinte
metros abaixo
Da
superfície do chão,
Por
um prazo de três dias
Sem
haver respiração.
A
segunda era ficar
Dentro
dum quarto trancado,
Sabendo
que a meia noite
Tinha
que está acordado
Para
lutar na espada
Com o
dragão encantado.
Porém
se alguém conseguisse
Essa
façanha incrível,
Nas
duas noites saía
Para outra missão horrível,
Que a terceira
era aquela
Considerada
impossível.
Pois
a terceira missão
Que
esperava o vencedor,
Somente
em ouvir falar
Causava
náusea e pavor,
No olho
d’água do ouro
Sendo
o dragão morador.
09
No
olho d’água do ouro
Ninguém
nunca ouviu falar,
Onde
ele era situado
Se no
céu, terra ou mar,
Somente
com a água dele
Podia
o encanto quebrar.
O
dragão morava lá
Da
fonte nunca saía,
Vigiando
atentamente
Todo
reinado ele via,
Dormia
cinco minutos
Ao
pino do meio dia.
O
local era guardado
Por
um enorme portão,
Uma
grossa fechadura
E a
pior situação,
É
que a chave era guardada
Presa
aos dentes do dragão.
Deixo
aqui essas missões
Para
falar novamente,
Quando
Quirino chegou
Como
foi completamente,
Envolvido
no encanto
E ao
dragão obediente.
10
Das três
missões que falei
Ele
ao chegar foi sabendo,
Pelo
dragão obrigado
Foi
trabalhar atendendo,
Quem
viesse pras missões
Viu
muita gente morrendo.
Ficou
sendo o responsável
Agindo
como empregado,
Para
cuidar das missões
Pelo
dragão contratado,
Sem
poder fugir de lá
Por
ser também vigiado.
Somente
sendo casado
Ao dragão
interessava,
Por
que pegava a mulher
E numa
prisão trancava,
Por
causa disso o marido
Dali
nunca se afastava.
Por
isso que Quirino
Nessa
armadilha caiu,
Foi
pego pelo dragão
De
lá nunca mais saiu,
Dos
amigos do passado
Só
saudades conseguiu.
11
Cuidando
dessas missões
Tendo
sua mulher trancada,
Numa
casa que ficava
Lá
na cidade encantada,
Somente
uma vez por ano
Visitava
ela e mais nada.
Quirino
quando chegou
Muita
gente recebia,
Para
cumprir as missões
Pois
todo mundo queria,
Como
morreu muita gente
Ninguém
mais aparecia.
Porém
aquele dragão
De
posição não mudou,
A
história foi mudada
Quando
uma estrela brilhou,
No
momento que Inácio
Naquele
país chegou.
Falando
com o amigo
Inácio
acabou tocando,
No
sumiço do padrinho
Que andava
procurando,
Cipriano
era maldoso
Foi
logo lhe perguntando:
12
–
Diga quanto tempo faz
Que
anda nesse destino,
Seu
padrinho quando viu?
Disse
Inácio: era menino
Perguntou:
qual o seu nome?
Ele
respondeu: Quirino!
Naquela
hora Cipriano
Botou
em seu coração,
Se
passar por afilhado
Lembrou
nessa ocasião,
Que
se chamava Quirino
O
que servia ao dragão.
E
falou para Inácio
De
também ter viajado,
Procurando
seu padrinho
Logo
que fora chegado,
Por
sorte naquele reino
Havia
lhe encontrado.
Trabalha
com o dragão
Do
reino nunca saiu,
Quem
procura algum parente
Ele
sempre conseguiu,
Cipriano
foi às pressas
Quando
Inácio dormiu.
13
Chegando
junto a Quirino
Toda
historia lhe contou,
Que
procurava o padrinho
Do
tempo que viajou,
Disse
chamar-se Inácio
O
padrinho acreditou.
Ele
contou ao padrinho
Da
história do amigo,
Também
vir da Antioquia
Tendo
um desejo consigo,
Realizar
as missões
Só
por gostar do perigo.
Na
manhã levou Inácio
Pra
conhecer o padrinho
Dizendo:
este aqui não teme
Perigo
pelo caminho,
Já enfrentou
muitas lutas
Sempre
brigando sozinho.
Inácio
já foi falando
–
Estou andando em missão,
Procurando
uma pessoa
Que
também é um cristão,
Sou
servo de Jesus Cristo
Não
temo qualquer dragão.
14
Como
disse o meu amigo
Preciso
enfrentar a luta,
Com
o dragão encantado
Que
virá com força bruta,
Para
encontrar quem procuro
Não
temo qualquer disputa.
Quirino
disse: está certo
Se
for assim que deseja,
Vou
levá-lo ao alçapão
Pois
é bom que você veja,
Se
aguenta ali por três dias
Peço
que Deus o proteja.
Inácio
chegando lá
No
alçapão logo entrou,
Passou
fechado três dias
A
vontade respirou,
O
anjo de Deus com ele
Nem
fome ou sede passou.
Saiu
com as roupas sujas
Mas
não estava cansado,
O
padrinho vendo aquilo
Ficou
muito admirado,
Que
até aquela data
Quem
foi não tinha voltado.
15
Perguntou
se estava bem
Sem
entender a razão,
Como passou na primeira
Vinha a segunda
missão,
Passar
três noites trancado
Num
quarto com o dragão
Pra
encontrar o padrinho
Não
pensava no perigo,
Pensava
Inácio em seu íntimo
–
Se Deus estiver comigo,
Pode
o dragão ser valente
Porém
vencê-lo eu consigo.
Quando
foi à tardezinha
O
padrinho o acompanhou,
Quando
ele chegou ao quarto
Quirino
a porta trancou,
Inácio
armando a rede
Tranquilamente
deitou.
Quando
foi da meia noite
Pra
uma da madrugada,
Viu
descer da cumeeira
Numa
terrível zoada,
Um
dragão da cor de fogo
Em
cada braço uma espada.
16
Olhando
embaixo da rede
Ele avistou
um buraco,
Desceu
pra dentro apressado
Ligeiro
como um macaco,
Sentia
o vento da espada
Mas
não lhe tirava um taco.
Até
três da madrugada
Houve
uma luta horrenda,
Espadas
por todo canto
Numa
zoada tremenda,
Da
rede escapou o pó
Naquela
grande contenda.
Naquele
combate horrível
Por
três noites resistiu,
Dentro
daquele buraco
O
dragão não conseguiu,
Nunca
ele pôde entender
Como
o buraco surgiu.
Aquele
dragão terrível
Novamente
foi vencido,
O
olho d’água do ouro
Por
ele desconhecido,
Era a
missão que agora
Ele
tinha no sentido.
17
Pois
somente a água dele
Desencantava
a princesa,
Se alguém
fosse buscar
O
dragão tinha certeza,
Que
ninguém pegava a chave
Pois
ele tinha na presa.
Um
ano inteiro era o prazo
Que alguém
tinha pra buscar,
Porém
se não conseguisse
Fazia
o encanto dobrar,
As missões
realizadas
Voltavam
ao mesmo lugar.
Inácio
passou três meses
Viajando
e só pensava,
Achar
alguma notícia
Já o
cansaço dominava,
Quando
encostou numa casa
Humilde
que encontrava.
Falou
logo ô de casa
Responderam
ô de fora,
Pediu
água pra beber
Chegou
água sem demora,
Perguntou
do olho d’água
Notícias naquela hora.
18
O
dono da casa disse:
– Nunca
dele ouvi falar,
Umas cumbucas batendo
Inácio
pôde escutar,
Quem
batia na cozinha
Resolveu
a perguntar:
–
Aqui tem um urubu
Tão
velho que está babando,
Vive
dentro das cumbucas
Todo
o tempo chafurdando,
E não
sabe mais de nada
Porque
vive caducando.
Vamos
comigo pra ver
Que
ele está na cozinha,
Pois
brincava nas cumbucas
Tendo
a pele bem lisinha,
De
velho caiu as penas
Nem
pêlo novo ele tinha.
Inácio
foi perguntando
Se o
urubu conhecia:
– O olho
d’água do ouro
Ele
falou: que sabia,
– Como
alguém pode ir lá
E
voltar com garantia?
19
Disse
ele: para Inácio
–
Conheço aquele tesouro,
Bebendo
lá consegui
Muitas
lapadas no couro,
Morrerei
sem beber mais
Do
olho d’água do ouro.
–
Porém se alguém desse um jeito
Que
pudesse me ajudar,
Um quarto
de boi por dia
Pra comer
e me banhar,
Só
precisava seis meses
Para
eu ir lhe visitar.
Inácio
então garantiu
Todo
dia a fornecer,
Um
quarto de boi inteiro
Para
o urubu comer,
Era
comendo e banhando
Depois
indo se aquecer.
Com quinze
dias estava
Os canhões
aparecendo,
Três
meses ele voava
Seis
meses já foi dizendo,
Hoje
vou ao olho d’água
De
lá só volto bebendo.
20
No
outro dia bem cedo
O
urubu acordou
Comeu
logo o quanto pôde
Depois
de comer banhou
Direto
pra o olho d’água
Muito
apressado voou
Voltou
no final do dia
Inácio
preocupado,
Quando
viu que o urubu
Chegava
muito vexado,
Pousando
bem perto dele
Tremendo
muito e cansado.
Ele
contou para Inácio
O que
havia acontecido,
Dizendo
que olho d’água
Estava
bem protegido,
O
dragão na segurança
Botando
todo sentido.
Queria
se fortalecer
Pra pode
ir novamente,
Precisava
mais três meses
Também
dum recipiente,
Pra
trazer daquela água
Atado
numa corrente.
21
No
prazo ao meio dia
Ele já
tinha pousado,
Esperava
que o dragão
Pegasse
o sono pesado,
Que
eram cinco minutos
Tinha
que agir apressado.
Estava
ali na tocaia
Quando
viu de boca aberta,
Os olhos
arregalados
Do
dragão, saiu alerta,
Com
muita pressa e cuidado
Pra
fazer a coisa certa.
Pegou
as chaves na boca
Abriu
o portão primeiro,
Encheu
depois a garrafa
Voltando
muito ligeiro,
Quando
o dragão acordou
No
instante derradeiro.
Agindo
rapidamente
Rebolou
as chaves nele,
O
dragão jogou-lhe um bote
Quase
que pegava ele,
O
vento ainda arrancou
Três
penas do rabo dele.
22
Para
não morrer queimado
Ficou
por trás dum arbusto,
Procurando
defender
A garrafa
a todo custo,
Quando
entregou a Inácio
Tremia
ainda do susto.
Inácio
levando a água
Voltou
muito decidido,
Ao
encontro do padrinho
Naquele
reino esquecido,
Quando
chegou, seu prazo
Estava
quase vencido.
Entrou
de palácio adentro
Levando
o recipiente,
O padrinho
recebendo
Aspergiu
rapidamente,
A
água sobre a princesa
Que
acordou de repente.
A
princesa levantou-se
O encanto
foi quebrado,
Inácio
disse ao padrinho
Tudo
que tinha passado,
E
daquele falso amigo
Como
tinha o enganado.
23
O
padrinho conhecendo
Ser ele
aquela criança,
Deixada
na Antioquia
Renovou
a esperança,
Mandou
prender Cipriano
Pra
depois fazer matança.
A
princesa Arquilenes
Muito
cheia de alegria,
Ali
pelo jovem Inácio
Sentiu
grande simpatia,
Tornando-se
a namorada
Dele
no primeiro dia.
Para
aquele falso amigo
Inácio
deu o perdão,
Pediu
que o seu padrinho
Tirasse
ele da prisão,
Que vingança não habita
No
coração dum cristão.
Inácio
e seus padrinhos
Com a
princesa viajaram,
Para
a cidade dos pais
Na Igreja
se casaram,
Os
cristãos da Antioquia
Quinze
dias festejaram. FIM
24
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