20 de Fevereiro 2014
·
·
·
·
O
problema da violência é que está faltando mais rigor do Poder Judiciário porque
o magistrado, o juiz não pode ser injusto, desonesto e desleal com o acusado de
crimes, do qual o juiz preside o processo, mas tem que ser rigoroso. O juiz
criminal não é juiz de família, o juiz criminal não é juiz da área cível, mas
um juiz diferente. Quem for juiz criminal não pode ser juiz bonzinho, não pode
ter pena do acusado. O juiz criminal não julga com o coração, ele julga com a
razão. O que está faltando é que a polícia trabalha muito, o que está faltando
é o Poder Judiciário fazer sua parte, apenas isso.
As
declarações bombásticas foram feitas na quinta-feira por um dos mais destacados
e produtivos juízes criminais do Piauí, um importante magistrado do Poder
Judiciário piauiense, o juiz da 7ª Vara Criminal de Teresina, Almir Abib Tajra
Filho.
Ele
disse que sua análise também incorpora também o Ministério Público.
“Não
é brincadeira, todo mundo está cansado, enjoado de ver que a polícia prender e
a Justiça soltar. Às vezes solta legalmente, quando é para soltar, mas às vezes
solta irresponsavelmente, a meu ver. Eu observo plantões judiciais, quando fico
nos finais de semana, muita benevolência. Então, o cara vai e diz: rapaz, eu
vou praticar de novo porque deu em nada, se eu fizer de novo, eu vou ser solto.
O que está faltando é isso. A lei é boa e branda para o delinquente, para o
marginal, é, mas eu acho que se o juiz for rigoroso é diferente. Porque, no meu
ponto de vista, quem solta não é a lei, quem solta é o juiz, quem solta é o
juiz. O juiz solta se quiser. É claro que ele não pode manter aquela pessoa,
não pode constranger aquela pessoa ilegalmente presa, mas pode ser rigoroso em
alguns casos. Há necessidade de rigor. A meu ver, o que está faltando é isso.
Nas Varas de Homicídios, nas Varas Criminais de Teresina, que tem como
competência os julgamentos de roubo, de assaltos, pessoas que praticaram
quatro, cinco roubos vão presas e vão soltas de novo. Então, não adianta fazer
leis rigorosas também porque o Judiciário Criminal não vai fazer a sua parte”
“O
Poder Judiciário está falhando porque não cumpre suas metas, não cumpre suas
obrigações. Nós, dos Juizados Criminais temos uma parcela de importância nessa
violência que está aí. O Poder Judiciário também, em sua parte judicial, na
parte do juiz criminal, também é segurança pública. Às vezes quando se solta um
marginal vai se ameaçar a segurança de um cidadão porque aquele marginal que
foi solto, às vezes irresponsavelmente, vai assaltar de novo, vai praticar o
roubo, às vezes atira em uma pessoa, mata um menino de seis anos de idade, como
aconteceu no Promorar e está acontecendo toda hora”, afirmou o juiz Almir Abib
Tajra Filho.
Ele
diz que o Poder Judiciário do Brasil e do Piauí também tem que tomar a questão
da violência para si.
“Eu
estou falando dos juízes criminais, não estão falando dos juízes cíveis e de
família. Eu estou falando dos juízes criminais. A meu ver está faltando isso
porque do jeito que está aí não adianta aumentar o contingente, colocar mil
soldados no Promorar porque é da índole do homem o crime. A meu ver, a
impunidade que está aí é por conta da culpa do Poder Judiciário, que não vem
fazendo a sua parte. Todos os dias, diariamente a gente tem audiências, ouve
policiais e a gente vê a polícia trabalhando, a Polícia Civil, a Polícia
Militar, a Polícia Federal, mas o Poder Judiciário não vem dando a sua
resposta, que é julgar com celeridade e condenar aqueles delinquentes,
recolhendo aos cárceres e os afastando da sociedade. Afastados da sociedade, eles
não vão contra a ordem pública, não vão infligir a legislação e não vão
praticar novos delitos. Se não, eles vão voltar achando que a coisa de frouxa e
achar que o que fazem não vai dar em nada, não”, declarou Almir Abib Tajra
Filho.
TÓPICOS:
·
juiz
·
teresina
JORNAL AGORA TV MEIO NORTE QUINTA FEIRA 20 FEVEREIRO 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário