TENENTE
ZÉ RUFINO
Nas
Forças de Operação
Pra
perseguir bandoleiros,
Numa
das suas volantes
Enfrentando
os desordeiros,
Se
encontrava Zé Rufino
Matador
de cangaceiros.
Em
vinte de fevereiro
Data de
seu nascimento,
José
Osório de Farias
Foi o
nome do rebento,
Mil
novecentos e seis
Deu-se o acontecimento.
E o
grande Pernambuco
Foi seu
Estado natal,
Terra
de homens valentes
Do
cangaço natural,
E no
Estado da Bahia
Tornou
– se o policial.
De José
Osório, o nome
Foi por
Rufino alcunhado,
No
comando das volantes
Por que
era um bom soldado,
De
Tenente a Coronel
Foi ele
patenteado.
Ninguém
nunca ouviu falar
Dum
homem assim tão valente,
Comandando
as volantes
Que
fosse uma serpente
Como
foi o Zé Rufino
Para
matar tanta gente.
Cangaceiros
valentões
Que
muita gente matou,
No
bando ou fora deles
Na
briga nunca apanhou,
Porém
com esse Tenente
Quando
veio se enrolou.
José
Osório vivia
Na vida
de sanfoneiro,
Não gostava
de usar armas
Ser
polícia, ou bandoleiro,
Seu
negócio era a sanfona
Pois
era bom forrozeiro.
Nas
terras do Pajeú
Região onde
tocava
Ribeiras
e outras cidades
Festas
sempre ele animava
Como
arrimo de família
Dessa
forma sustentava.
Tocava
em muitas festas
Por que
tinha liderança,
De
cinco seis em seguida
Todos
davam confiança,
Onde
estava Zé Osório
Com
certeza tinha dança.
Foi
animando esses bailes
Que
conheceu Lampião,
Teve o
primeiro convite
Feito
pelo Capitão,
Para
ingressar no seu bando
Mas,
Osório disse não!
Lampião
foi convidado
Para
uma festa em Salgueiro,
Quem
animava o casamento
Era Osório
o sanfoneiro,
Que
dispensou o convite
Não
queria ser cangaceiro.
Responde
a Lampião
Que a
mãe era de idade,
Seus
irmãos eram pequenos
Sua a
responsabilidade,
E
também para usar armas
Ele não
tinha vontade.
Depois
num segundo encontro
Convidou-lhe
novamente,
Ele deu
umas desculpas
Por ter
negócio pendente,
Lampião
marcou ligeiro
Outro
encontro mais na frente.
Osório
sem interesse
Queria
ser dispensado,
Nunca
quis ser cangaceiro
Nem
queria ser soldado,
Não
queria lhe acompanha-lo
Não
estava interessado.
Esse
encontro aconteceu
Em
Belém do Cabrobó,
Lampião
muito zangado
Não
pretendia ter dó,
Quatro
cabras atrás dele
Não
deixou Osório só.
Ele viu
que Lampião
Não ia
lhe desculpar,
Encostou
ligeiro nele:
-- Pensando
vão me matar
Morro,
mas tenho certeza.
Que o Chefe
vou levar.
Lampião
vendo o perigo
Foi
logo lhe dispensando,
Mas Osório
era sabido
Ali
estava escapando,
Sentiu
que não dava mais
Pra
continuar a tocando.
Com mais um ano na frente
Que
encontrou Lampião,
Pra
poder se livrar dele
Resolver
essa questão,
Decidiu
ir pra polícia
Era a única
solução.
Porque
se José Osório
Andasse
de tocador,
Lampião
bagunçaria
Por que
era um matador,
Na polícia
o perseguido
Passava
a perseguidor.
No dia
dois de janeiro
Trinta
e quatro, ano exato,
Do
século que foi passado
Ele
assinou o contrato,
Assentou
praça e honrou
Não deu
pra farda maltrato.
Passou
a compor as Forças
De
Operação do Nordeste,
E na
volante baiana
Combateu,
passou no teste,
Soldado
valente honra
Sempre
a roupa que lhe veste.
Adentrou
na Força Pública
Do Estado
da Bahia,
Matou
muitos cangaceiros
Que não
lembrou a quantia,
Muito
poucos no cangaço
Não
temeram a valentia.
Engajou
– se na polícia
Começou
como sargento,
Matou
alguns cangaceiros
Teve o
reconhecimento,
Passou
para Oficial
Com
esse acontecimento.
Passou
a subtenente
Logo
depois recebeu,
De
oficial graduado
Zé
Rufino o nome seu,
O
Tenente mais valente
Que o
nordeste conheceu.
Ele
nunca sentiu medo
Na luta
que enfrentava,
Pois
dentro do tiroteio
Bala
não lhe intimidava,
Sentia muito
prazer
Quando
um bandido matava.
De
oficial da polícia
Ele
teve a garantia,
De Tenente
fez carreira
Graduação
recebia,
Chegando
a ser Coronel
Da
polícia da Bahia.
Comandando
uma volante
Por
todos era temido,
Venceu
muitos bandoleiros
Matando
sem ser vencido,
E
retirava a cabeça
Do
cangaceiro abatido.
Volantes
encarregadas
De
perseguir Lampião,
E
cangaceiros valentes
Que
assombravam o sertão,
Não
perdia um momento
Encalçando
um valentão.
Desfalcou
foi muitos bandos
Que andavam
no Sertão,
Matou ele o Mariano
Pai Vei
e também Pavão,
Bando
que há treze anos
Andava
com Lampião.
Combates
mais perigoso
Enfrentando
seus rivais,
No
Estado do Sergipe
Deu –
se uma luta voraz,
Esse
foi em Maranduba
E
morreu gente demais.
Na
Lagoa do Paruá
Outro
combate arrochado,
Esse
também em Sergipe
Com
mortos pra todo lado,
Não foi
vencido, mas viu
Muito
sangue derramado.
Cangaceiro
mais valente
Pra ele
foi Saracura,
Cumprir
ordens do Patrão
Tornava-se
fera pura,
Pois
tinha disposição
Não
temia cara dura.
Disse ele
que: -- Lampião
Quando
tinha interesse,
Pra
brigar brigava mesmo
Não
tinha quem lhe vencesse,
Enfrentava
até o diabo
Caso
ele aparecesse.
Zé
Rufino era inimigo
Do
temido Capitão,
Também
valente e temido
Ele
próprio deu razão,
Que
ninguém era valente
Igualmente
Lampião.
Combateu
o Zé Sereno
Com seu
bando destemido,
Na
Fazenda Crauá
Barra
Nova foi abatido,
Balearam
um soldado
Foi
Novo Tempo ferido.
Esse
episódio é chamado
Fogo de
Domingo João,
Por que
das metralhadoras
Brasas saiam
em rojão,
Combate
esse que foi
O
último de Lampião.
Quando
Lampião Morreu
Tinha
um encontro marcado,
Com Corisco
e com seu bando
Tinha o
próprio convidado
Antes
que eles chegassem
Em
Angicos foi cercado.
Lampião
mandou convite
Que estava
esperando,
Pra
cuidarem de Rufino
Que vivia
atrapalhando,
“ O
pato que virou ganso”
Não
estava lhe agradando.
Corisco
lendo o bilhete
Sabendo
o desejo seu,
Querendo
setenta homens
Foi
assim que ele escreveu,
Mas
antes desse encontro
João
Bezerra apareceu.
Com a
morte de Lampião
Todo
plano foi mudado,
Corisco
chegando achou
O bando
dilacerado,
Saiu dali
como louco
Prometendo
ser vingado.
Corisco
na sua loucura
Acabou
com muita gente,
Arrasou
família inteira
Inda
mandou ao Tenente,
E degolava
as cabeças
Mostrando
ser insolente.
Passado
tempos depois
Corisco
foi baleado,
Esse
tiro foi vingança
Pois
ele tinha matado,
Três
membros duma família
O tiro
veio dum soldado.
Esse
tiro foi terrível
Quebrou
um braço e a mão,
Os
ossos se esbagaçaram
Presos
só por um tendão,
Deixando
como aleijado
Sem
nenhuma condição.
Corisco
estava doente
Não
queria se entregar,
Sofreu
muito na viagem
Começou
a melhorar,
Mudou
de indumentária
Para
poder escapar.
Queria
mudar de vida
Deixar cangaço
de lado,
Porém
da sua viagem
Zé
Rufino foi avisado,
Como ia
levando ouro
Tinha
que tomar cuidado.
Partiu
de Jeremoabo
Com
destino a São Francisco,
Sabia
que o cangaceiro
Era
valente e arisco,
O
Tenente era implacável
Não
temia qualquer risco.
O
cangaceiro mais famoso
Que
faltava em sua lista,
O
Tenente desejava
Obter
essa conquista,
Mas
sabia que era difícil
Pegar
um estrategista.
Chegando
a Djalma Dutra
Teve
apoio dum Sargento,
Arranjaram
um caminhão
Pronto
pra qualquer momento,
O
chofer do carro tinha
Da
local conhecimento.
A volante foi formada
De
quinze homens ou mais,
Todos
eles preparados
Que
Corisco era voraz,
Logo que
raiasse o dia
Pretendiam
ir atrás.
Todo
mundo ali sabia
Que
Corisco tinha coragem,
Pra
lutar era disposto
E não
era pabulagem,
Mas ele
estava doente
E
cansado da viagem.
Ele
estava na pousada
De uma
velha fazenda,
Onde o
velho fazendeiro
Mandou
armar sua tenda,
Descansando
com a mulher
Que
preparava a merenda.
Iriam
passar a noite
E
seguir de manhãzinha,
Eles
estavam arranchados
Numa
casa de farinha,
Sem
imaginar que a sorte
Estava
muito mesquinha.
Não
foram naquele dia
Por um
motivo qualquer,
Aproveitaram
o descanso
Ele
junto com a mulher,
Porém
ninguém vai em frente
Se a
sorte não quiser.
Já
estava escurecendo
Quando
ouviram um caminhão,
Dadá
notou que os macacos
Vinham
de armas na mão,
Correu
até seu marido
Procurando
salvação.
Inda
fugiu com Corisco
Mas
logo foi baleada,
Caiu
sem poder correr
A perna
estava quebrada,
Ele com
um tiro nas costas
Encerrou
sua jornada.
Reconhecendo
Rufino
Com
muita raiva tremia,
Chamando-o
de cachorro
Que
sempre lhe perseguia,
Só ia
se fosse morto
Vivo
não se entregaria.
Dadá
com raiva xingava
De
maneira muito hostil,
Desafiando
e pedindo
Tem
homem dê-me um fuzil,
Talvez
seja essa a mulher
Mais
valente do Brasil.
Zé
Rufino era valente
Mas ele
não desejava,
Matar
Corisco e sabia
Que o
Cangaceiro lutava,
Se
possível até a morte
Que
vivo não se entregava.
A lista
que Zé Rufino
Tinha
na recordação:
-- Meia
Noite, Catingueira
Pai Vei
e também Pavão.
Canjica
e Barra Nova
Sabonete
e Azulão.
Corisco
o mais famoso
Da
lista que apresentou,
Maria
Dórea e Mariano
Esse
dois também matou,
Zepelim
e Zabelê
Do
resto não se lembrou.
Ser
matador de Corisco
Deu-lhe
reconhecimento,
Patente
de Coronel
Trouxe
enriquecimento,
Não
deixou também seu nome
Ficar
no esquecimento.
Na luta
contra o cangaço
Nas
volantes combateu,
Enfrentando
o banditismo
Que era
o ofício seu,
Exterminando
o cangaço
Só
deixou quando venceu.
Comprou
algumas fazendas
No
Estado da Bahia,
Perto
de Jeremoabo
Onde
tranquilo vivia,
Faleceu
já bem idoso
Da
família em companhia.
FIM
TENENTE
JOÃO BEZERRA
(José
Edimar Mendes Barbosa
LITERATURA
DE CORDEL
Um assunto
interessante
Que tem
prendido a atenção
De
muitos estudiosos
É o
cangaço no Sertão
Vou tratar
de João Bezerra
Matador
de Lampião!
Muitos
falam do cangaço
E
enaltece o cangaceiro
Quero
falar das volantes
Do
soldado verdadeiro
Que com
a vida defendeu
O
Nordeste brasileiro!
Na
polícia alagoana
João
Bezerra foi fiel
Delegado
e comandante
Desenvolveu
seu papel
Elevando
sua carreira
De
sargento a Coronel
Em vinte
e quatro de junho
Seu
nascimento é marcado
Ano: um
oito nove oito
Do
século que foi passado
Mesmo
ano de Lampião
Pernambuco
o mesmo Estado!
Foi na
Serra da Colônia
Local
por Deus escolhido
Afogados
da Ingazeira
Município
definido
Pra que
João Bezerra fosse
Naquele
tempo nascido!
Ele
tinha seis irmãos
Que a
casa dividia
Cícero,
Amaro e Vitalina.
José,
Manoel e Maria.
Toda
criançada junta
Numa
enorme estripulia!
Desde o
tempo de criança
Desejava
aprender ler
Carta
de ABC e lápis
Levava
sem esquecer
Consigo
o tempo todo
Para
poder aprender!
Criança
hoje não trabalha
Porem
João já trabalhava
Criação
e agricultura
Onde
ele se destacava
Com
oito anos de idade
Ao pai
dele acompanhava!
Aos quatorze
João Bezerra
Fugiu
da casa dos pais
Para a
Capital Recife
Onde na
pedra do cais
Carregou
muito carvão
E
outros serviços mais!
Ainda
trabalhou sendo
Ajudante
soldador
E
também na linha férrea
De
dormente assentador
Na pedreira
e na lavoura
Também
foi trabalhador!
Passou
apenas um ano
E
novamente voltou
Chegando
em casa Bezerra
Com o
dinheiro que arranjou
Uma
pequena bodega
Bem
sortida ele montou!
Foi
primo em segundo grau
Do
famoso Antônio Silvino
Chamado:
“Rifle de Ouro”
Atirador
genuíno
Que lhe
ensinou o ofício
Desde o
tempo de menino!
E mais tarde
novamente
Foi para
outra região
Princesa
na Paraíba
Trabalhar
com um cidadão
Coronel
José Pereira
Inimigo
de Lampião!
Morando
com o Coronel
Longe
da terra natal
Conseguiu
um grande feito
Foi
valente e genial
Matou
uma grande onça
Que
assustava o local!
Dizimando
as criações
Das
fazendas do lugar
Seu
nome ficou famoso
Quando
conseguiu matar
Que
criadores vieram
Para lhe
presentear!
No
Estado de Alagoas
Sua
carreira começou
Entrando
na Força Pública
Nas
volantes se integrou
Em
dezenove e somente
Com
três anos incorporou!
Em
dezenove de março
Do ano
de vinte e dois
Sendo
segundo sargento
Na
policia se compôs
Como
primeiro Tenente
Quatorze
anos depois!
De
cinquenta homens valentes
As
volantes eram formadas
Com
tudo bem planejado
Todas
elas bem armadas
Policiais
das cidades
Foram
nelas engajadas!
João
Bezerra um perspicaz
Extremo observador
Cuidadoso
e empenhado
Incansável
lutador
Estrategista
sensato
Muito
bom planejador!
Teve
sua participação
Também
em várias missões
A
partir de vinte cinco
Em
Sergipe suas ações
Combate
à coluna Prestes
E outras
Revoluções!
Na
revolução de trinta
Governo
Washington Luís
Na
Constitucionalista
São
Paulo, sul do país.
Cumprindo
com seu dever
Que o
regulamento diz!
Enfrentou
com as volantes
Saindo
da Capital
Quase
sem ter estrutura
De
transporte e pessoal
As
cidades e as caatingas
Com a
força policial!
A
partir do ano trinta
No
segundo Batalhão
Santana
do Ipanema
Só
naquela região
Enfrentou
onze combates
Com o
bando de Lampião!
No ano
de trinta e três
Foi Bezerra
nomeado
Pra
Prefeito Interventor
Por que
era preparado
Pra
Cidade de Piranhas
Lugar que
seria casado!
Com
Cyra Gomes de Brito
Teve
vida abençoada
Casaram
– se em Piranhas
Alagoas
Terra amada
No ano
de trinta e cinco
Daquela
época passada!
João
Bezerra obstinado
Enfrentando
o cangaço
No
encalço dos bandidos
Pra
casa não tinha espaço
Nasceu
a primeira filha
Sem
poder dar um abraço!
Ele
também foi Maçom
E
membro muito aplicado
Naquela
instituição
Tendo
sido elevado
Para o
décimo oitavo Grau
Foi seu
nível contemplado!
Doze
vezes delegado
Todas
por nomeações
Passou
por muitas cidades
Nas
diversas regiões
Do
Estado de Alagoas
Dos
Marechais valentões!
Dezenove
nomeações
Recebeu
para o comando
Da
polícia de Alagoas
E por
está ocupando
Pequeno
espaço talvez
Seu
nome esteja faltando!
Durante
toda carreira
Enfrentando
desafios
Nas
caatingas e nas matas
Nas
cidades e nos rios
Conheceu
muitas vitórias
Teve
muitos elogios!
Do
comandante recebeu
Um
elogio especial
Teve
elogio também
Do
Interventor Federal
Também
teve o elogio
Do
Governo Estadual!
Do
General do Exército
E
também do Presidente
Getúlio
Dorneles Vargas
Por ter
sido eficiente
E
também foi graduado
Recebendo
mais patente!
Inacinha
mulher de Gato
Em
estado interessante
Na
fazenda Retiro estava
Com
oito meses gestante
Quando o
Tenente Bezerra
Chegou
com a sua volante!
Vinte e
oito de setembro
Gato veio
pra buscá – la
Pediu
ajuda a Corisco
Desejava
resgatá – la
Mas ao
invadir Piranhas
Na luta
foi morto a bala!
Gato
entrou covardemente
Para
invadir a cidade
Matando
onze pessoas
Sem a
haver necessidade
Sendo
sede de volantes
Não
teve facilidade!
Sequestrar
Cyra Bezerra
Era o
pensamento seu
Para
fazer uma troca
Porém
não aconteceu
Com um
balaço nas costas
Três
dias depois morreu!
Depois
dessa invasão
Os
cercos foram apertados
Lampião
também deixou
Coiteiros
organizados
Para
apoiar o seu bando
Espalhados
em três Estados!
Nos
Estados de Alagoas
Do
Sergipe e da Bahia
Lampião
vinha driblando
As
volantes dia a dia
Sólida
rede de coiteiros
Dando
toda garantia!
Bezerra
era dedicado
Profissional
destemido
Em um
dos muitos combates
Quando
ele saiu ferido
Lampião
vendo as sequelas
Deu-lhe
logo um apelido!
Lhe
chamava de “Cão Coxo”
Demônio
em forma de gente
Bezerra
sabendo disso
Reagia
rapidamente
Chamando
ele de “Cego”
Para
não ser diferente!
Em
Serrinha do Catimbau
Maria
foi atingida
Por um
tiro e mais tarde
Parece
que a ferida
Fazia
ela escarrar sangue
Piorando
a sua vida!
Coronel
Hercílio Brito
Sergipano
cem por cento
Deu
apoio a Lampião
Ela
teve o tratamento
Recebeu
em Propriá
Seu
restabelecimento!
Lampião
pra batizar
Tinha
ganhado uma criança
Da
fazenda Pedra D`Água
Delfina
por confiança
E o
combate de Angico
Acabou
essa esperança!
Prometeu
pra fins de julho
Com o
retorno de Maria
Que
novamente a fazenda
Na data
retornaria
Batizariam
a criança
Do jeito
que ela queria!
Candeeiro
ex – cangaceiro
Disse
sendo entrevistado
Que
Lampião, daquela vida
Estava
muito cansado
Desejava
ir embora
Viajar
pra outro Estado!
Lá e cá
no São Francisco
Não
estava mais gostando
De
Alagoas pra Sergipe
Todo tempo
despistando
Do
Pernambuco a Bahia
As volantes
lhe cercando!
O
Tenente João Bezerra
Sentiu
a necessidade
Ir a
Pedra de Delmiro
Que era
outra Cidade
Com a
Volante e o Ferreira
Pra
maior tranquilidade!
Dos cangaceiros
de Angico
Pedro
Cândido era o coiteiro
Comprando
queijo na feira
Para o
amigo cangaceiro
Joca
Bernardes sabendo
Denuncia
o companheiro!
Com
inveja do vizinho
Talvez
por sua amizade
Com Lampião
e seu bando
Por
essa possibilidade
Formulou
uma denúncia
Procurou
logo a cidade!
Na
delegacia estava
No seu
plantão o Sargento
Tenente
Bezerra andava
Em
outro destacamento
Disse:
aperte que Pedro tem
Lampião
nesse momento!
Aniceto
apressadíssimo
Para
não ver tempo gasto
Sabendo
que Lampião
Era
bandido nefasto
Telegrafou
pra Bezerra
Dizendo:
tem boi no pasto!
Bezerra
entendeu a mensagem
Embora
codificada
Voltou
ligeiro a Piranhas
E pra
ninguém falou nada
Trouxe
duas metralhadoras
Necessárias
pra jornada!
Foram
buscar Pedro Cândido
Para
ser interrogado
Porém ele
negou tudo
Mas
sendo subjugado
Com o
punhal na costela
Não
pode ficar calado!
Na
tarde de vinte e sete
Partiram
com três volantes
Bezerra,
Ferreira de Melo.
Aniceto,
comandantes
Para a
Grota de Angico
Que
chegariam em instantes!
Dois
dias antes do combate
O
Corisco esteve junto
Com
Lampião em Angico
Pra
resolver um assunto
Disse
que lá parecia
Com uma
cova de defunto!
Talvez
por esse motivo
Resolveu
não demorar
Quis
aguardar Labareda
Que
demorava a chegar
Foi pra
margem alagoana
Para
poder esperar!
Maria
Bonita voltou
Estava
recuperada
Cabelo
em corte moderno
Tendo a
fúria assanhada
Lampião
não concordou
Deu com
ela uma brigada!
Na
noite de vinte e sete
Maria
subia e sentava
No alto
com Sila e Dulce
De
longe uma luz brilhava
Acendendo
e apagando
Pois a
volante chegava!
Pensando
ser vagalumes
Naquilo
não insistiram
Falavam
se fosse presas
Sobre
aquilo discutiram
Fumaram
foram pras tendas
Todas
deitaram e dormiram!
Todos
na grota de Angico
Não
puderam perceber
Deitaram
às vinte e duas horas
E
dormiram pra valer
Acordaram
às cinco horas
Vendo o
dia amanhecer!
E para
Nossa Senhora
O
Ofício eles rezaram
Não
demorou muito tempo
Quando
os tiros começaram
Só
alguns deles fugiram
E onze
mortos tombaram!
Lampião,
Maria Bonita.
Nove
deles, um soldado.
Morreram
nesse combate
Bezerra
foi baleado
E o
final do cangaço
Foi ali
determinado!
O
Coronel João Bezerra
Cumpriu
com seu ideal
Seu
premio foi vinte cinco
Contos
de réis no total
Morreu
no ano setenta
Com
honras de Oficial!
FIM
Maravilha! Muito bons!
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