quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER














CORDEL DE 09 DE JANEIRO DE 2019

VIOLÊNCIA CONTRA ÀS MULHERES

Sou cordelista e preciso
Deixar o meu manifesto,
Contra agressão às mulheres
Uma coisa que detesto,
A violência é de mais
Nas manchetes dos jornais
Aqui faço meu protesto.


A minha alma está cansada,
Perdendo toda alegria,
Meu espírito quase morto
Ficando sem energia,
Tudo isso é consequência
Dessa grande violência
Contra a mulher todo dia.


Fico sem compreender
O que está acontecendo,
O homem está violento
Essa prática vem fazendo,
Machuca a mulher, dá cabo
Deve ser coisa do diabo
A quem vem obedecendo.


Com tantas mulheres lindas
Que existem no país,
Fim de relacionamento
Só fará um infeliz,
Se ele não for ativo
Ou doente possessivo
Não consegue ser feliz.


É preciso que a nação
Leve muito a sério isso,
O negócio ficou sério
Tenha o país compromisso,
De mudar essa conduta
Ou vai enfrentar a luta
Ou então perde o serviço.


Mudar leis, aumentar pena
Aplicar com braço forte,
Defender bem as mulheres
Que estão nessa má sorte,
Pra mulher assassinada
Não seria pena pesada
Se fosse pena de morte.


São as benditas mulheres
Para nós o maior bem,
Uma coisa mais sagrada
Na terra sei que não tem,
Seria a maior fraqueza
Não fazer sua defesa
E covardia também.


Homens que matam mulheres
Não podem ter paz no sono,
De Deus não terão clemência
Estarão no abandono,
Com vida amaldiçoada
Tendo inferno por morada
Satanás como seu dono.


Acho que a misoginia
Atacou a humanidade,
Pelo lado masculino
Pra tanta perversidade,
Tem gente achando legal
Como uma coisa normal
Essa grande crueldade.


Parece que o sexismo
Invadiu terrivelmente,
A cabeça desses homens
Adoecendo na mente,
Que não dá pra acreditar,
Quem machuca e quer matar
Se não for louco, é doente.


Não acredito que seja
Um descendente de Adão,
Só um filho de Caim
Poderá ter tal ação,
É preciso que o Estado
Dê atenção com cuidado,
Pare mais com a discussão.


Dois mil e dezoito, o ano
Com certeza foi marcado,
Por esse feminicídio
Só o que foi registrado,
Ultrapassaram a dez mil
É preciso que o Brasil
Comece a pegar pesado.


O mais impressionante
O jornalista falou:
Marido mata a mulher
Pra defender contratou,
Mulher como advogada
E juíza ao ser chamada
Prisão não autorizou.


Sendo assim digo às mulheres:
Fica muito ruim pra nós,
Mulheres sendo caladas
Sem levantar sua voz,
Vamos em defesa delas
Não podemos deixar elas
Enroladas em maus lençóis.


Em dois mil e dezenove
Esses números já cresceram,
Janeiro ainda é início,
Porém já apareceram
Mulheres sendo espancadas
Mortas à balas e facadas,
Os valentões se esconderam.


Os que as estão matando
Não dá pra gente entender,
São maridos e parceiros
Fazendo a mulher sofrer,
É de cortar coração,
Pois os matadores são
Quem deviam defender.


O que estou aguardando
É que haja uma medida,
Do Congresso federal
Pra mulher ser protegida,
Medida paliativa
Como essa protetiva
Não vai sarar a ferida.


Mulheres vivem cansadas
De sofrer e apanhar,
Esperando por socorro
Sem ninguém vir lhe ajudar,
O que existe é falação,
Vontade com pouca ação,
Difícil a coisa mudar.


Meu coração sofre tanto
Minha alma não suporta,
A tristeza que eu sinto
Já não passa mais na porta,
Em minha casa não cabe,
Toda hora a gente sabe
Que tem uma mulher morta.


Onde está o nosso Estado
Que ao povo representa,
Que não acelera a marcha,
Continua muito lenta,
Vai chegar muito atrasada,
A pobre mulher coitada
Com certeza não aguenta.


Sei que tem muitas mulheres
Para infernizar a gente,
É preciso que o homem
Não tenha cabeça quente,
Pra não discutir com elas,
Saber fugir das mazelas
Saindo pela tangente.


Por não ter instinto ruim
Com mulher nunca briguei,
Procurei não dar motivo
Muitas coisas escutei,
Preferindo ouvir calado,
E quando fui insultado
Eu também não revidei.


Mulheres hoje são vítimas
De brutos e assassinos,
Imagine no passado
Quando esses lobos ferinos
Viviam do egoísmo
Apoiados no machismo
Iguais raivosos caninos.


Naquele tempo traição
Às vezes era inventada,
Sem apresentar as provas
Na mulher era imputada,
Com a família apoiando,
A conta ela ia pagando
Sendo morta assassinada.


Não cabe ao homem moderno
Esse mau comportamento,
Espancar e assassinar
Mulher por ser ciumento,
Como irracional louco,
Todo castigo acho pouco
Para um macho violento.


Por causa da confiança
Que a mulher bota no ex,
E ele que não tem alma
Sóbrio ou na embriaguez,
Quando se torna assassino
Cometendo o desatino
Diz que faltou lucidez.


O sentimento de posse
É o que tem provocado,
Essa grande violência
Por ciúme acumulado,
Tornando-se absoluto
Como verdadeiro fruto
Dum espírito tão fechado.


Mulheres maravilhosas
Vejo morrer todo dia
Será que é impossível
Acabar com a tirania
São crimes anunciados
Muitos são acompanhados
Mas não estancam a sangria.


Se ouvia falar de mortes
Em acidente e suicídio,
Faca, bala, linchamento
Rebelião de presídio,
Em queda e afogamento
Queimado, envenenamento
Mas não em feminícidio.


Espero um dia alcançar
O fim dessa violência,
Com educação, respeito,
Limites e providência,
Que o espírito matador
Venha cheio de amor
Com mais ternura e clemência.


Por isso eu peço às mulheres
Que se mantenham unidas,
Mas é na defesa delas,
Sendo assim fortalecidas,
Porque o feminicídio
Se depender de presídio
Vai ceifar é muitas vidas. FIM