domingo, 8 de abril de 2012

CONSELHO DA MÃE PRO FILHO (Carlos Aires)


CONSELHO DA MÃE PRO FILHO...
             Carlos Aires

Completei dezoito anos
Disse a mamãe vou embora
Vou por em pratica meus planos
Por esse mundão afora
Vou seguir essa viagem
Levando em minha bagagem
As saudades da senhora
Fazer como um passarinho
Que alça voo do seu ninho
Pra se aventurar na flora

Ela baixou a cabeça
Com essa decisão ingrata
Disse filho não me esqueça
Pois a dor já me maltrata
Olhei tristonho o seu rosto
Vi o pranto do desgosto
Descendo igual à cascata
Lamentando essa partida
Por ela já pressentida
Que estava na hora exata

Arrumou a minha mala
Com as roupas passadinhas
Foi comigo até a sala
Olhou para as feições minhas
Disse filho eu lhe gerei
Por nove meses o guardei
Nesse meu ventre fecundo
Isso é o que me conforta
Porém hoje abro-lhe a porta
Pra que siga pelo o mundo

Ela secou minha face
Que estava umedecida
Ao se dá o desenlace
Na hora da despedida
Falou assim filho meu
Cumpra o destino seu
Por esse mundo sem fim
E disse com emoção
Veja se seu coração
Não vai se esquecer de mim

Vá à busca dos seus sonhos
E de suas aventuras
Se houver momentos tristonhos
De dores e amarguras
Jamais meu filho esmoreça
Pois quando baixa a cabeça
Dá margens para o fracasso
Porque por essas paragens
Vantagens e desvantagens
Dividem o mesmo espaço

Não se iluda com farturas
Que vem com facilidade
Porque entre essas venturas
Por vezes a falsidade
Se encontra ali embutida
Da forma mais atrevida
Com resquícios de maldade
Transformando a esperança
Da mais sublime bonança
Em tormenta e tempestade

Por diferentes espaços
Três mães irá encontrar
A do céu sempre seus passos
Guia e protege onde andar
Essa que ora padece
Fica aqui fazendo prece
Para que na caminhada
Só encontre paraíso
E motivos para sorriso
Ao longo dessa jornada

A terceira mãe meu filho!!
Que está nesse patamar
Pode causar-lhe empecilho
E fazer você se irritar
Que não lhe cause problemas
Confusões e nem dilemas
Que venham a lhe perturbar
Não leve em conta as bobagens
Pois são meras personagens
As mães de o povo falar

Às vezes são tortuosas
As curvas desses caminhos
Lembre-se que antes das rosas
Tem os agudos espinhos
Armadilhas e maldades
Se essas más qualidades
De repente nos alcança
Logo vem Deus e socorre
E a última coisa que morre
Em nós é a esperança

Seja humilde sempre, filho
Sem confusão e nem alarde
Mantenha nos olhos o brilho
E também jamais se acovarde
Porque sendo honesto e forte
Acha o caminho da sorte
E obtém a vitoria
E entre jardins e pomares
Alcançará os patamares
Que vão aos píncaros da glória

Siga em frente filho amado
Eu encontrarei alento
Pra o coração machucado
Porém em nenhum momento
Vou lhe esquecer um segundo
Viva a vida corra mundo
Mas se resolver voltar
Da floresta pra seu ninho
Terá de novo o carinho
Que a mãe guardou pra dar

Carlos Aires 28/07/2009




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