sexta-feira, 25 de novembro de 2011

BENAÍAS E ELIZAMA (José Edimar)





BENAÍAS E ELIZAMA
NO REINO DA JUVENTUDE
José Edimar

Peço a Deus inspiração
Para narrar uma história
Que ouvi quando menino
Guardei ela na memória
De um rapaz que sofreu
No final teve a vitória

Seu nome era Benaías
Morava ele com os pais
Porém tinha dois irmãos
Que em nada eram legais
Além de não trabalharem
Eram invejosos demais

Desde jovem que ele tinha
Um bondoso coração
Sempre foi na sua vida
Um bom filho um bom irmão
Trabalhador muito esperto
Com toda disposição
                
Trabalhava fora e em casa
Na luta era destemido
Nunca lhe faltava nada
Que por ele era suprido
Contra a vontade dos pais
Caçava sempre escondido
                 
Muito distante dali
No reino da juventude
Tinha uma linda princesa
Muito cheia de virtude
Vivendo como doente
Mesmo gozando saúde

Chamava-se Elizama
Herdeira desse reinado
O Reino da juventude
Que era muito invejado
Por um bruxo velho e feio
Que deixou ele encantado

O encanto do reinado
Era muito diferente
Lá ninguém adormecia
E nem ficava impotente
Só perdia a juventude
Como em qualquer ambiente
                  
E m vista disso Elizama
Viajou sem direção
Com as sementes das árvores
Levando grande porção
Procurando novas terras
 Para fazer plantação

A princesa acreditava
Que se pudesse plantar
Sementes em terra nova
Em outro qualquer lugar
O poder da juventude
Pudesse recuperar
              
Não imaginava a moça
Que na viagem chegava
Nas terras que Benaías
Com a família morava
O lugar das plantações
Era onde o rapaz caçava

Foi desta forma que eles
Puderam se encontrar
Ela como camponesa
Começaram a namorar
Que ela fosse princesa
Nunca pode imaginar
               
Precisava ela voltar
Quando o tempo completou
Não podendo ficar mais
Para o amado falou
Somente das plantações
Foi que ela não contou

Para vê-lo novamente
Que por ela procurasse
No reino da juventude
No tempo que lá chegasse
O que começaram juntos
No seu reino completasse

Foi esta a primeira vez
Que ele sentiu fraqueza
Quando a moça viajou
Tomado pela tristeza
Não pode ficar parado
Só pensando na princesa
                   
Despediu-se dos seus pais
Saindo de mundo afora
Viajando sem destino
Não queria ter demora
Se existisse o tal reino
Encontraria uma hora
                 
Viajou por muito tempo
Avistou uma casinha
Batendo palmas na porta
Atendeu-lhe uma velhinha
Pediu que ele acomodasse
E contasse de onde vinha

Disse ele é de muito longe
Estou aqui à procura
Do reino da juventude
Na perigosa aventura
Enquanto não encontrá-lo
Não finda minha amargura

A velha ouvindo lhe disse
Não conheço esse lugar
Mas como sou mãe do vento
Quando meu filho chegar
Pro reino dos urubus
Eu mando ele te levar

Meu filho só chega à noite
Eu mesma lhe ordenarei
Que te leve aquele reino
Lá procure o urubu rei
Te receberão na hora
Que souberem que mandei
                
Chegando naquele reino
Pode abrir teu coração
Se houver um que conheça
Com certeza o levarão
Mesmo ninguém conhecendo
Vão dar-te uma solução

Demorou alguns instantes
Grande zoada ele ouviu
Abalavam-se as árvores
Toda casa sacudiu
Era o vento que chegava
Muita poeira subiu

Depois que acalmou tudo
A mãe pediu que o levasse
Pra o reino dos urubus
Somente por lá deixasse
Aquele jovem rapaz
Se urubu rei encontrasse

Quando foi no outro dia
O vento lhe carregou
Por cima dos altos mares
Muito tempo viajou
No rumo daquele reino
Demorou, porém chegou
                  
Ele chegando no vento
Os urubus receberam
Que estava sendo enviado
Eles também perceberam
Porém sendo a mãe do vento
Eles logo agradeceram
                   
Disseram a mãe do vento
Tem tanto ajudado a nós
Se voarmos sem ter vento
Nunca ela nos deixa a sós
Clamamo-la nos acode
Basta ouvir a nossa voz

-De nós está precisando
Querendo que lhe ajude
O que procura – Ele disse
-É o reino da juventude
Pois se souberem me leve
Que encontrá-lo não pude

Disseram nós não sabemos
Deve ser muito distante
Temos outro companheiro
É um grande viajante
Daqui a pouco ele chega
Fique calmo, venha e jante
                    
Quando o urubu chegou
Foi ligeiro interrogado
Do reino da juventude
Ele respondeu vexado
- Pode existir esse reino
Por mim não foi encontrado

Conheço o reino das garças
Que fica daqui distante
Se quiser lhe deixo lá
Sairemos num instante
Embora esteja cansado
Mas tenho força bastante
                 
Descansou só um pouquinho
Porém com muita coragem
Foi levando Benaías
Naquela longa viagem
Que durou por muitos dias
Sem nenhuma aterrissagem

Chegou no reino entregou
Para a garça que havia
Aquele nobre rapaz
A mãe do vento pedia
Pra levá-lo até o reino
Com a maior garantia
                  
A garça disse não sei
Mas nosso reino lhe guarda
Precisa ter paciência
Sua resposta não tarda
Aqui existe quem sabe
Deixe vir à garça parda

Esta garça anda muito
Passa o tempo viajando
Ela nunca para em casa
Pelos planetas voando
E dar notícias de tudo
Não demora está chegando

No momento ela chegou
Vieram lhe perguntar
Do reino da juventude
Se conhecia o lugar
Disse ela – Há muitos dias
Pousei lá pra descansar
               
A grande garça falou
- Desejo que você leve
Este jovem até o reino
Faltá-la ninguém se atreve
Por que para a mãe do vento 
Tanto nosso reino deve
                
Respondeu a garça parda
- Sairemos de manhã
Sobre vales e rochedos
Por baixa alta e chã
Vamos levar as sementes
Do fruto duma maçã

A viagem dura meses
Precisa muito cuidado
Muitos dias sobre os mares
Outros no mato fechado
Lá no reino é perigoso
Por ser muito vigiado

Quando foi no outro dia
Eles cedinho voaram
E durante muitos dias
Por muitos vales passaram
Rochedos matas fechadas
Velozmente atravessaram

E voaram sem parada
Viajando sobre os mares
As sementes que levavam
Jogavam elas dos ares
Nasciam n` água e cresciam
Com pouso em muitos lugares
                 
Eram sementes do fruto
Da juventude falada
Além duma grande árvore
Crescia frutificada
Comiam e descansavam
Para uma nova jornada

Assim foi durante dias
Voando naqueles ares
Para descansar jogavam
As sementes sobre os mares
Tornavam-se arvoredos
Que pareciam pomares

Quando completou um mês
Duma viagem tamanha
Pelo perigo e distância
Era uma grande façanha
Chegando ao lugar sentiram
Uma sensação estranha

A garça disse cuidado
Mantenha-se escondido
Para seguir só a noite
Você é desconhecido
Se por acaso for pego
Fale que está perdido
                
Ele foi para palácio
No meio da escuridão
A garça ficou na árvore
Estava de prontidão
Aguardando a volta dele
Com toda disposição
                
A princesa no seu quarto
Presa do bruxo malvado
Avistando Benaías
Fez logo um jeito apressado
 Permitindo que ele entrasse
Sendo por ela guardado

O bruxo tinha cuidado
Pra que não acontecesse
Que a moça amasse alguém
E depois se envolvesse
Com tamanha intimidade
Que dela um filho nascesse

E aconteceu que ambos
À noite juntos passaram
Elizama com o jovem
Durante a noite se amaram
A princesa ficou grávida
Toda história assim mudaram
                  
Por uma justa razão
Ele tinha que voltar
Se o bruxo lhe encontrasse
Não deixava ele escapar
A gravidez impedia
Para o filho não gerar

Se por acaso a princesa
Apaixonada ficasse
Se esse amor desse fruto
Uma criança gerasse
Nascendo era a garantia
Que o encanto quebrasse
                 
Ele indo a passos bem leves
Dentro da noite gelada
Rumo à garça lá na praia
Que se encontrava trepada
Em cima da grande árvore
Para voar apressada

A garça trazendo ele
Deixou na casa dos pais
Chegando encontrou os velhos
Ali doentes demais
Seus dois irmãos se tornado
Perigosos marginais
                  
Por causa dos seus irmãos
Dos pais não pode cuidar
Porque eles lhe pegaram
Puderam lhe acorrentar
Com correntes muito forte
Pra nunca mais se soltar

Passaram - se vinte anos
Ele ali acorrentado
Cabelos, barbas cresceram
Sendo mal alimentado
Ficando tão magro e pálido
Com rosto desfigurado

A princesa Elizama
Quando seu filho nasceu
Acabou fechando o tempo
Que o bruxo velho deu
Desejou logo encontrar
Benaías amado seu
             
Já vinte anos depois
Seu filho um belo rapaz
Com o encanto quebrado
Seu reino vivendo em paz
Tendo toda juventude
Fez o que quem ama faz
                  
Veio buscar Benaías
Trazendo seu filho amado
Ao chegar encontrou ele
Vivendo aprisionado
Muito sujo quase nu
Em um quarto acorrentado

Mandou soltar Benaías
Os irmãos dele prender
Cuidou logo do amado
Para parar de sofrer
Apresentou-lhe seu filho
Que ele não vira nascer

Os pais dele adoentados
Mas nenhum tinha morrido
Do fruto da juventude
Que ela havia trazido
Eles comeram um pedaço
Sendo restabelecido

Benaías estava fraco
Do fruto se alimentou
Com duas horas depois
A juventude voltou
Ficando mesmo igualzinho
O tempo que ali chegou
                 
Apresentou-lhe o filho
Que ambos tinham gerado
Sendo um jovem muito forte
Podendo ser comparado
Com qualquer um deus da Grécia
Que vivera no passado

Ele se chamava Cláudio
Ficou cheio de alegria
Por ter conhecido o pai
Que há tanto tempo queria
E a princesa Elizama
Por está feliz sorria                                

Ela resolvendo tudo       
Era a hora da partida
Com o filho e Benaías
Viajaram em seguida
Pro reino da juventude
Ambos felizes da vida

Daquela longa viagem
No belo reino chegaram
Onde já eram esperados
Com o povo festejaram
E gozando a juventude
Muitos anos governaram
           F  I  M






































































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