segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O QUE A MENTIRA FAZ

O QUE A MENTIRA FAZ - POEMA)
    (José Edimar)

Papai sempre me dizia:
Meu filho não vá mentir,
Que se a mentira sair
E ela ter garantia,
Quem soltou precisaria
De umas três inventar
E assim se transformar
Em um mentiroso nato
Espalhador de boato
Sem ninguém acreditar.

Mas acontece que a vida
Não é como deve ser,
Me encontrei sem querer
Em um beco sem saída,
Com minha sorte agredida,
Sem dever nada fui preso,
Não pude sair ileso
Das minhas acusações,
Sobre algemas e grilhões
Fui pra prisão indefeso.

Vinte anos me afastava
Da minha terra natal,
No dia das mães afinal
Muito distante me achava,
Minha mãe velhinha estava
Sem de mim ouvir falar,
Pro seu coração alegrar
Eu não tinha condição,
No bolso nem um tostão
Pra seu presente comprar.

A minha lembrança faz
Eu querer telefonar
E minhas noticias dar
Pois seria bom demais,
Nenhum presente era mais
Para uma mãe receber
Que do seu filho saber,
Pensando no meu dilema,
Pra dar o telefonema
Qual notícia devia ser.

Enquanto tremia na base
Falei com o delegado
Que estava do meu lado
Não me veio à fala quase;
— Escolha aí uma frase
Pra falar pra mamãezinha
Pois já espera na linha
Não pode ter emoção
Que sofre do coração
Ouve mal e é velhinha.

Diga qualquer coisa breve!
— Me falou tal comissário —
Pois na vida dum otário
Qualquer baboseira serve
O que diz ninguém escreve!
Foi ali que em mim veio
Botar mentira no meio
Pra poder falar bonito,
Embora fosse esquisito
Porque mentir era feio.

Fui logo dizendo assim:
Mamãezinha como vai?
Diga como está papai!
Aqui não está ruim,
Deus tem ajudado a mim,
Hoje sou um homem rico,
Lhe ouvindo agora fico,
Na certeza que não falto!
Disse ela: fale mais alto,
Não estou ouvindo um tico!

Gritei em alto bramido
Foi aí que ela entendeu,
Muito triste respondeu:
Seu pai já é falecido,
Motivo de ter morrido
Eu nunca pude entender,
Pegou um jornal pra ler
Só pra ter noticias sua,
Enquanto eu saí na rua
Tudo pôde acontecer.

Aqui surgiu um boato
Espalhado por alguém
Que você não vinha bem,
Fizeram esse relato;
Lhe ouvindo, o  meu maltrato
Vai ficando aliviado.
Com isso eu fiquei calado,
Meu corpo todo a tremer
Que só consegui dizer:
Pode levar delegado!

Fui logo dizendo assim:
Mamãezinha como vai?
Diga como está papai!
Aqui não está ruim,
Deus tem ajudado a mim,
Hoje sou um homem rico,
Lhe ouvindo agora fico,
Na certeza que não falto!
Disse ela: fale mais alto,
Não estou ouvindo um tico!

Gritei em alto bramido
Foi aí que ela entendeu,
Muito triste respondeu:
Seu pai já é falecido,
Motivo de ter morrido
Eu nunca pude entender,
Pegou um jornal pra ler
Só pra ter noticias sua,
Enquanto eu saí na rua
Tudo pôde acontecer.

Aqui surgiu um boato
Espalhado por alguém
Que você não vinha bem,
Fizeram esse relato;
Lhe ouvindo, o  meu maltrato
Vai ficando aliviado.
Com isso eu fiquei calado,
Meu corpo todo a tremer
Que só consegui dizer:
Pode levar delegado!
           FIM



 MIDA - Canção
(De: Ismael Pereira)

No Ceará,
Encontrei em Sta. Quitéria
Uma moça velha séria
Que o povo chamavam Mida
Foi convidada,
Por uma jovem modesta
Que só podia ir pra festa
Pra depois voltar com Mida.

Com Mida, com Mida,
Que só podia ir pra festa
Pra depois voltar com Mida.

Eu encontrei,
Uma garota na pracinha
Disse olá minha gatinha
Vamos dá uma saída
Me disse vou,
E é com Mida minha amiga
Por que papai só não briga
Se eu for pra voltar com Mida.

Com Mida, com Mida,
Por que papai só não briga
Se eu for pra voltar com Mida.

Eu liguei logo
Pra o celular do pai dela
Pedi pra sair com ela
E o velho disse em seguida
Se Mida for,
Minha filha também vai
Que filha minha só sai
Se for pra voltar com Mida.

Com Mida, com Mida,
Que filha minha só sai
Se for pra voltar com Mida.

Falei pro velho,
Fique despreocupado
Sua filha do meu lado
Não corre risco de vida
Sou carinhoso,
Sou amante sou amigo
Ela hoje vai comigo
E amanhã volta com Mida.

Com Mida, com Mida,
Ela hoje vai comigo
E amanhã volta com Mida.

Fomos pra festa.
Deu uma briga danada
Quando foi de madrugada
Na hora da despedida
Quebraram mesa,
Faltou luz o pau comeu
A menina se perdeu
E voltou pra casa com Mida.

Com Mida, com Mida,
 A menina se perdeu
E voltou pra casa com Mida.

Chegou em casa,
Abriu a porta e entrou
Logo o velho perguntou
Veio com quem minha querida
Ela falou,
Papai fique sossegado
Eu fui com meu namorado
E agora voltei com Mida.

Ela falou,
Papai fique sossegado
Eu fui com meu namorado
E agora voltei com Mida.
        

        


   


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